terça-feira, maio 29, 2007

10 anos a dizer adeus

[Banda Sonora do post: "Last Goodbye", Jeff Buckley]

Jeff Buckley, 17/11/1966 - 29/05/1997

terça-feira, maio 08, 2007

Companhas cor de(a) rosa

Fico sempre estupefacta quando em época de vacas magras, para todas e para todos, se gasta tanto dinheiro em campanhas que, pondo as coisas de um modo simpático, não ajudam a alterar a ponta de um corno. A constatação deste facto prova, pelo menos, duas coisas:

a) Como sou ingénua e as vacas magras são só para o rebanho;
b) A facilidade com que se desdramatizam situações que deveriam ser tratadas com menos subtileza na mensagem ou, caso se deseje ser subtil, que o resultado final fosse, no mínimo, demostrativo de algum esforço intelectual.

Dito isto, alguém se lembra da última campanha (2006/2007) contra a violência doméstica? Se sim, como é que conseguiram reter tal coisa na memória? Não deve ter sido pelo spot televisivo nem pela escassa visibilidade dos cartazes produzidos... Se calhar lembram-se do actor,carinha laroca muito em voga em diferentes novelas de diferentes canais. Ora vejam lá a representação gráfica de uma campanha que não serviu para nada.




Hummm... pelo menos o fundo é vermelho, sempre pensamos na porrada que tantas desgraçadas apanham. De resto, é um cartaz perfeitamente banal, sem ponta de originalidade, incapaz de agarrar as pessoas e captar a sua atenção. Vejamos agora um cartaz da Amnistia Internacional, Secção Francesa, no âmbito da sua campanha contra a violência doméstica.



Uma sombra azul e o texto "Le seule bleu tolérable sur la visage d'une femme". Subtil o suficiente, sem recurso a qualquer elemento-choque, inteligente. Toda a gente percebe o significado simbólico daquela cor a não ser que seja completamente idiota, mas talvez os idiotas não tenham culpa de o ser. Gosto mas há melhor, exemplos mais (ou menos!) subtis e extremamente bem conseguidos, que com toda a certeza servem de forma brilhante esta causa. O assunto é demasiado sério para campanhas light bem "lavadinhas".

Seguem-se três exemplos (três spots) em baixo: o primeiro é da UNIFEM Australia e os restantes são também da Amnistia Internacional.









Eh pá, acho que depois disto "não se cale, denuncie" ou "não insulte, não humilhe" tem um impacto do caraças, não é? Ufa, até preciso de um momento de reflexão. Com licença, vou à casa-de-banho.

P.S.- Se quiserem ter acesso a mais campanhas sobre este tema, entre outros, podem fazê-lo aqui.

sexta-feira, maio 04, 2007

Comme ci, comme ça...

[Banda Sonora do post: "I Love Paris", Ella Fitzgerald]

Torre Eiffel

Revisitei Paris na Páscoa. Primeira observação: não visitem Paris na Páscoa; pela vossa saúde mental, escolham outra altura do ano pois a cidade é literalmente invadida a galope por milhares de turistas do mundo inteiro, sendo que alguns deles têm a estranha mania de fazer festinhas aos bustos que fazem parte da decoração do Palácio de Versailles. E porquê? We just don't know...

Segunda observação: sim, continua linda mas com grandes dificuldades em adaptar-se à realidade desta nova Europa, multi-cultural e multi-racial. Não é apanágio seu mas é bem mais evidente do que pensava. Paris vai formosa e não segura, com os seus gendarmes com colete à prova de balas. O reforço do policiamento não é com certeza alheio à febre das eleições presidencias e ao "duelo" Sarko/Sego mas, ainda assim, metralhadoras ao pé da Torre Eiffel não será um pouquinho demais?

Esquecendo tudo isto ( e o Metro que precisa de reformas urgentes, putain!), Paris continua a contagiar-me, a emocionar-me e a fazer-me sonhar, desta feita um sonho de adulta (na medida do possível :P)que, qui sait, poderá tomar contornos realistas. Um dia destes...