sábado, dezembro 20, 2008

Pró Natal, o meu presente eu quero que seja...

[Banda Sonora do post: "Fungagá da Bicharada", José Barata Moura]

Fui educada de forma muito diferente dos meus pais ou não quisessem eles erradicar os alegados erros dos seus próprios progenitores. Basta dizer que nasci no "Verão quente" de 1975 e isso explica muita coisa, embora não me apeteça agora discorrer sobre isso.

Quando era criança sabia lá o que eram os "problemas do ambiente" e as dores por que passava a Mãe Natureza, ou o que era uma crise. A única crise de que ouvia falar era a que cantava a Ivone Silva no Sabadabadu aos ... sábados, claro está. Não havia telemóveis, nem pcs, macs e notebooks. Do meu universo musical não constava nenhuma Floribela - só o José Barata Moura com o "Fungagá da Bicharada" e a "Cidade do penteado" onde "as casas, para variar, têm cabelo e não telhado". Andava a esfolar joelhos, consequência de guiar a "bicla" sem mãos e de usar os pés para travar em vez dos próprios travões. Brincava à "Galáctica" (versão original, entenda-se!), fazendo as naves com as peças de lego, e via o "Espaço 1999" religiosamente, aos domingos à tarde, em casa dos meus avós maternos. Jesus, 1999 estava tão longe. Enfim, não tinha preocupações, a vida era bela e sorria-me.

Antes de ser uma menina grande, cujo "trabalho" era ir à escola e ter boas notas ( porque é importante darmos o nosso máximo no "trabalho"), não tinha reparado que a vida tinha cores. Não dava pelo rápido fluir do tempo - tudo era transparente, simples, sem espinhas.

Fui crescendo e a vida começou a ser colorida. Algumas das cores eram pouco agradáveis à vista. Chegaram a parecer-me insuportáveis. Dava por mim a pensar "que saudades tenho de ser criança!". Talvez por ser Natal, talvez porque o ano de 2009 vai, de facto, trazer muitas mudanças a nível pessoal e profissional, do País e do Mundo, tenha entrado num processo de reminiscência.

Assim, desejo que este Natal traga um presente idêntico para todas as crianças: que as deixem ser crianças enquanto podem e a sociedade o considera aceitável. Terão o resto da vida para serem crescidinhos e passarem os dias a resmungar sobre o status quo, sobre como tentar escapar à transformação em mais uma peça da engrenagem até um dia desistirem de pensar (se é que alguma vez o tenham feito com seriedade).

Pró Natal o meu presente eu quero que seja a eterna meninice :-)

domingo, dezembro 14, 2008

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Viagem musical - I

Nome: NNeka
Origem : Nigéria
Estilos : Hip-Hop Reggae
Sítio Oficial : NNeka

terça-feira, dezembro 09, 2008

Anti-Christmas song

Jingle Bells, Jingle Bells
Já estou a bater mal
Não faz mal, não faz mal
Pr'o ano há mais Natal

Jingle Bells, Jingle Bells
É só gastar "papel"
Não faz mal, não faz mal
Compenso com o bordel

Jingle Bells, Jingle Bells
Este post é uma estupidez
Não faz mal, não faz mal
Faz parte de ser Português

:-D Lindo, uma verdadeira obra de arte, if i may say so...

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Tarefas, avenças e polivalências

Adoro os discursos sobre a necessidade de sermos polivalentes no local de trabalho. A "polivalência" significa tudo e não significa nada. A polivalência legitimiza a existência de trabalhadores faz-tudo, muito apropriadamente mal remunerados que, como resultado do exercício da sua actividade, poderão dizer "sei um pouco de tudo e nada em profundidade".


No mundo das polivalências, os contratos de avença e tarefa- os famosíssimos recibos verdes- foram concebidos para que o trabalhador que se encontre nesta situação saiba que deve cumprir todas as regras a que estão obrigados os seus colegas a contrato individual de trabalho sem legalmente terem direito a nenhum dos benefícios. Férias? Não. Indemnização por despedimento sem justa causa? Nope. Subsídio de desemprego, descontos para a Segurança Social? Nanã. Subsídio de férias, 13º mês? Quê?! Que é isso? Formação paga pela entidade empregadora?Oh, pá, mas afinal estamos aonde? Hum?!

Os recibos verdes lidam ainda com o fabuloso mito de que estar a recibos é fonte de grande "fortuna", que muita gente ganha pipas de massa a passar recibos. Tem graça, salvo raras excepções que são facilmente explicáveis por representarem belos "tachos", não vejo a minha geração ( a dos 30 e poucos) muito abonada.

Pois é: de facto é preciso muita polivalência... e flexibilidade! Ah, já me esquecia desta. Já agora, querem dizer exactamente o quê com esta da flexibilidade? Se eu tocar com os dedos das mãos na ponta dos dedos dos pés sou suficientemente flexível? Ou será preciso ser contorcionista e perder a "espinha dorsal"? Ou então, quem sabe, se eu flectir q.b. e formar uma cadeirinha com o meu corpo talvez se possam sentar em cima, sei lá... Ahhhh ! Esperem, não é nada disto, que disparate! :P Eu tenho que ser flexível para ignorar os "piquenos" abusos quotidianos escamoteados por tudo aquilo que não é dito mas subentendido, para fazer não sei quantas horas a mais por mês (sem receber por isso porque supostamente não tenho horário, mas afinal tenho, e se não percebem, paciência, porque eu também não), por ser testemunha silenciosa de atitudes nepotistas, má gestão e incompetência pura e simples. Pronto, agora já percebi a história da flexibilidade!

Claro que também há o velho ditado: quem está mal muda-se. Pois, mas para onde? Além disso, a esperança é a última que morre e eu, crédula como sou, vou acreditando. Acreditando que estamos cá todos para, de alguma forma que na maioria das vezes nos é imperceptível, marcarmos a diferença por mais pequena que seja.


P.S. - Votem nas diversas categorias desta fabulosa gala :)

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Campanha contra a violência doméstica - versão 2008


Em Portugal, uma em cada quatro mulheres é vitíma de maus tratos. Muitas vezes, tudo começa no namoro. São relações em tudo aparentemente "normais", que escondem na sombra da intimidade uma realidade bem distinta, onde o sentimento de "amor" anda de mãos dadas com a violência física e psicológica.


terça-feira, fevereiro 12, 2008

Cliché(s)

[Banda sonora do post: --------- silence is golden!]

Cheguei à "profunda" conclusão de que sou um cliché. E eis o primeiro cliché: o facto de ocupar este espaço a dizer isso mesmo. Abraço esta falta de originalidade com todo o vigor: sou mediana e infeliz, graças a Deus. Não, a Deus não. Recuso-me a dar crédito a Nosso Senhor uma vez que ele não me põe a mão por baixo - só ao menino e ao borracho e eu não sou uma coisa nem outra.


Na verdade, tenha a certeza que sou mediana mas não estou tão certa de ser infeliz, ou seja: suponho que sou feliz, na generalidade, com o meu medianismo. Contento-me com o sentir-me descontente como boa portuguesinha (não podem faltar os diminutivos, claro!) que sou.

E com esta me fico, após mais de um ano de silêncio. A culpa é toda da Senhora Doutora :-) ...

P.S.- Não sei porquê mas a data do post está errada. Correcta: 04/12/08.